Festa - Ainda se lembram de como tudo começou?
Casimira e Joaquim - Claro que sim. Isso nunca dá para esquecer.
No início uma pessoa conhecida de ambos convidou-nos para entrar numa sociedade, que durou um ano. Era uma tasquinha nos Casais Larana, que trabalhava à base de grelhados, muito em especial para os camionistas que vinham à Lusoceram.
O movimento começou a aumentar, comprámos o terreno ao lado, construímos quatro paredes e uma esplanada com eucaliptos que passou a dar uma maior resposta aos muitos clientes que já então tínhamos.
Por essa altura o Joaquim deixou o trabalho que tinha, em Peniche, e o ex-patrão deu uma ajuda enorme, em especial cedendo-nos alguns equipamentos de cozinha que foram muito importantes para nós nessa altura.
Festa - Aí surgem os novos desafios?
Casimira e Joaquim - É verdade. Começaram a surgir uns casamentos, uns batizados, umas festinhas pequenas para empresas. O movimento foi sempre crescendo e nunca sentimos falta de clientes, o que foi muito bom.
Festa - É isso que os leva a conseguir construir uma casa de referência, como restaurante e como organizadores de eventos?
Casimira e Joaquim -O catering vem um pouco depois e começa com um evento que aceitámos, por ser para poucas pessoas e caber dentro da nossa sala, mas quando os clientes vieram dar o número final de participantes já não cabiam. Então teve que se encontrar um espaço, meio à pressa, na ocasião em Vila Verde dos Francos, para a realização desse evento já que os convidados acabaram por ser muito mais que o previsto.
Logo de seguida aparece outro evento com o mesmo problema e fomos fazê-lo ao Casal Gil, próximo da Ermegeira. A partir daí novos eventos foram surgindo e novas parcerias foram necessárias, nunca nos limitando pela questão de termos espaço para eles ou não.
Festa - Já vos encontrei em locais tão diversos como o Salão Nobre da Câmara de Lisboa ou no Pavilhão da Expotorres, completamente lotado. É fácil organizar um evento com qualidade e quantidade ao mesmo tempo?
Casimira e Joaquim -Sim, é relativamente fácil.
Temos que ter uma boa equipa e saber geri-la, depois é só aumentar a quantidade a confecionar adequando-a ao evento.
Festa - E o stress?...
Casimira e Joaquim - Claro que existe, nesses dias quase que não conseguimos comer, mas adoramos. É muito bom fazer esse tipo de eventos e no final ver que correu tudo bem, dentro da normalidade. É um stress bom.
Festa - Entretanto adquirem o espaço no Outeiro da Cabeça e passam a ter um espaço para eventos e um restaurante?
Casimira e Joaquim - Exato, embora neste momento já não tenhamos o restaurante, que alugámos há pouco tempo e esperamos continue a correr bem.
A idade já é outra, a saúde já não é a mesma e pensámos ficar com um espaço ou com o outro. Optámos por alugar o restaurante e ficar só com os eventos, o que permite descansar um pouco durante a semana.
É verdade que ainda hoje sentimos saudades, pelo carinho e dedicação que emprestamos ao projeto mas muito em especial de muitos dos clientes que sempre estiveram connosco e eram quase como família.
É natural que assim aconteça, porque era a “casa mãe”, foi ali que tudo começou, foi ali que tivemos que enfrentar as dificuldades que foram surgindo para chegar até aqui. Mas fazemos uma “força” enorme para que tudo continue a correr bem, ajudando em tudo o que for necessário para que isso aconteça. No fundo, continuamos a ter um carinho muito grande por esse espaço.
Festa - Nesta altura de Natal chegam a ter três e quatro eventos por dia...
Casimira e Joaquim - Isso não é problema. Tudo se torna fácil quando temos uma boa equipa para gerir todos os serviços. Como adoramos fazer o que fazemos os serviços acabam por ser o nosso “combustível”.
Festa - Uma mensagem de Natal?
Casimira e Joaquim - Todos tenham umas festas felizes. Que sejam felizes e saibam que podem contar connosco.