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A população de Runa está em luta contra a colcação de uma sub-estação elétrica dentro da povoação

A população de Runa está em luta contra a colcação de uma sub-estação elétrica dentro da povoação

Pedro Martins e Humberto Gomes, da Plataforma Runa Acontece, estiveram connosco, nos nossos meios online, a falar dos graves inconvenientes para a povoação e para a população que representa a intenção por parte da IP de colocar “dentro” da localidade uma sub-estação de tração / elétrica e os respetivos postes “monstruosos”, com dezenas de metros de altura e uma envergadura significativa, a cercar toda a aldeia.

Estes equipamentos estão englobados na reestruturação da Linha do Oeste, linha ferroviária, mas a população entende que existem muitas alternativas viáveis muito mais interessantes e que não prejudicam desta forma o bem estar de quem aqui reside bem como o desenvolvimento da povoação de Runa.

Revista Festa - Que é a Plataforma Runa Acontece?

Humberto Gomes - Somos um grupo de runenses, completamente fora dos partidos mas provenientes de diversas áreas, que há uns meses atrás se juntou quando começou a perceber o que estava a acontecer com Runa.

A reposição da Freguesia de Runa, o nosso Parque Verde e a Sub-Estação de Tração que querem colocar na povoação são os pontos mais relevantes que temos discutido e sobre os quais temos manifestado o nosso descontentamento.

Pedro Martins - Algumas pessoas, em especial fora de Runa, tentam conotar-nos com organições partidárias, mas garantidamente que temos as mais diversas ideologias e não representamos qualquer organização em especial que não seja os interesses de Runa.

Mas ainda há um mês e pouco tivémos um exemplo disso mesmo, o Sr presidente da Assembleia Municipal, uma pessoa prestigiada e a quem sempre reconhecemos credibilidade e até nutrimos alguma estima, acabou por fazer uma intervenção relativamente à Plataforma completamente a despropósito, citando os eventuais aprovei-tamentos eleitorais que poderiam visar as autárquicas que terão lugar lá para finais de setembro, mas garantimos que não, que a Plataforma é mesmo apartidária e independente. Somos cidadãos e o único interesse que nos move é mesmo Runa.

 

Festa - Então, o que vos move neste momento?

Pedro Martins - Presentemente a nossa principal preocupação é mesmo a Sub-Estação de Tração elétrica, que teimosamente a Infra-Estruturas de Portugal não cede em mover para local mais adequado que não preju-dique tanto a povoação.

Já apresentaram como moeda de troca a mudança do apeadeiro ferroviário para o final do Parque Verde, que faz todo o sentido, ou a eleminação da passagem de nível, que seria substituída por uma passagem superior, que são coisas positivas, reconhecemos, mas que não anulam o efeito nefasto da Sub-Estação.

 

Festa - Existe alguma razão lógica para essa enorme Sub-Estação elétrica ter que ficar entre Runa e o Penedo?

Humberto Gomes - Já tivemos reuniões na Câmara Municipal com a presença do executivo, do presidente da Junta, de representantes da IP e três engenheiros desta estrutura, onde o principal argumento apresentado são os acessos, a água e os esgotos que estão junto aquele local. Eles estão-se “marimbando” para as pessoas que aqui residem, preocupam-se unicamente com meia dúzia de euros a mais ou a menos que possam ser gastos.

Pedro Martins - Mais, o que nos foi dito nessa reunião, em Dezembro, é que “aquilo” teria imperativamente que ficar numa faixa de quilómetro - quilómetro e meio da linha. Para eles, o único local dentro dessa faixa, entre Meleças e Caldas da Rainha, teria que ser aquele local ali.

Entretanto, depois disso, patrocinámos um encontro num sábado de tarde onde estiveram diversas pessoas, entre elas um engenheiro especialista em ferrovia, que já fez parte do Conselho Nacional de Obras Públicas, que afirmou que a posição era um perfeito disparate, porque a Sub-Estação tanto podia ser colocada ali como dois quilómetros à frente ou atrás e mais que havia possibilidade de existir soluções diferentes daquela para alimentar a Linha. Não podemos esquecer que já existe uma Sub-Estação elétrica do outro lado da Linha a quilómetro e pouco. Pessoalmente não domino as questões técnicas, mas quando isto nos é dito não percebo porque a IP com a concordância da Câmara fazem questão de colocar aquele “mostro” impretrivelmente dentro das nossas povoações.

 

Festa - Porque será que, sendo assim, a IP e a Câmara fazem questão de seja mesmo ali, naquele local a meio de Runa e Penedo?

Pedro Martins - Sinceramente não sei se existe algum interesse “lateral” a tudo isto, não quero estar a especular, mas que é de alguma forma estranho é mesmo. 

 

Festa - Pelo meio também soubémos que os runen-ses apresentaram diversas propostas alternativas que prejudicassem menos as populações, como é o caso da localização no atual apeadeiro que já é proprie-dade da rede ferroviária. Qual a resposta?

Humberto Gomes - O engenheiro de que o Pedro falou foi convidado por nós a deslocar-se a esse local, por exemplo, e diz não perceber o que possa impedir a Sub-Estação de ser colocada aí, porque as boas práticas assim o indicam, juntando este tipo de equipamentos. É um local onde já existe a ETAR e que embora possa ser considerado leito de cheia nada impede que se coloque uma infra-estrutura para acautelar isso mesmo, como não foi problema quando se implementou a referida ETAR e ainda poupavam, pelo menos, dois quilómetros de cabos estendidos no meio das aldeias.

 

Festa - A explicação que deram é compreensível?

Humberto Gomes - O que o vice-presidente da IP nos referiu foi que ali seria, como referimos, leito de cheia. Não percebemos é porque é leito de cheia para umas coisas e para outras não. Até por nos ter sido afirmado, entretanto, que esse seria um problema facilmente ultrapassável.

 

Festa - Runa é uma terra de gente lutadora mas também com muito bm senso. Acreditam que tudo vai acabar em bem?

Humberto Gomes - Só esperamos e acreditamos que sim. Aliás, queremos mesmo que assim seja, com uma Linha requalificada que a todos sirva e com a população de Runa feliz e nunca prejudicada.

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