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Psicologia: Época Festiva: Época Feliz?

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As festas de Natal e a comemoração do novo ano são dias associados com felicidade e bem-estar, mas esta “pressão” nem sempre é sentida de forma positiva. Este “ser suposto” estar feliz e alegre pode por vezes agravar alguns sentimentos menos bons com que nos estejamos a deparar nesta fase.


Uma época em família. Nem toda a gente tem memórias boas e calorosas de natais passados em família. A experiência de más épocas festivas na infância, de famílias conflituosas, ou de perdas familiares, pode influenciar o humor nesta altura. Toda a expectativa de ter de estar animados agrava muitas vezes os sentimentos de angústia e isolamento associados a experiências traumáticas.
Natal com as crianças. Numa altura em que temos um grande número de pais solteiros e divorciados, dividir as crianças no Natal e ano novo pode tornar-se um fator angustiante nestas férias. As prendas que foram compradas e não vão ser abertas na noite de 24, o serão em família que não está a ser partilhado por todos, o fogo de artifício que não vai ser aproveitado em conjunto… Podem levar os pais (mãe e pai), bem como a restante família, a sentir-se incompletos nestas datas, com algumas emoções divididas.
Os idosos, o frio, a solidão. Quando chegamos a determinada idade, já passámos por muita coisa: reforma, morte de cônjuge, família e/ou amigos, perda de mobilidade ou capacidade cognitiva, entre tantas outras. Muitas vezes a família está longe e não vem passar o Natal, ou já há pouca família para encher uma sala, ou estão institucionalizados sendo difícil a ida a casa. Talvez seja das alturas mais tristes, em que podem comparar memórias felizes de partes da vida que já não estão presentes, alguns com sentimentos de abandono, outros com lutos dolorosos.
O stress dos preparativos. Não é fácil para quem doa a sua casa para as festas e fica responsável pela maioria dos preparativos. Entre o trabalho, o cuidar dos filhos, as exigências do dia-a-dia, acrescentar a preparação de um jantar para a família pode gerar sentimentos de ansiedade e tirar algum do prazer que podemos usufruir num serão em conjunto. Também a procura e compra das tão esperadas prendas pode ter efeitos negativos (por constrangimentos monetários, pela “obrigatoriedade” de oferecer alguma coisa, até pelas grandes enchentes de pessoas em todas as lojas nesta época).
Esta lista não serve, de forma alguma, como lembrança das coisas negativas. Esta lista pretende sensibilizar parar ajudarmos quem está perto de nós.
É importante perceber se algum dos elementos que está na nossa casa/na nossa festa, ou até que era suposto estar mas não está, está menos confortável ou se o sentimos triste e distanciado. Muitas vezes não precisamos de ter a palavra certa ou o gesto ideal. Termos a capacidade para perceber que a pessoa não está bem e darmos a entender que não faz mal é conforto suficiente (“Não deve ser fácil esta altura sem os filhos”, “Deve custar relembrar algumas coisas desta altura, mas vamos tentar criar boas memórias”). Não podemos forçar a felicidade se alguém não a está a sentir, dar amor e compreensão pode ser a melhor coisa que está ao nosso alcance e que pode melhorar parte do dia de alguém.
Nesta época de festas, esteja atento.
Seja empático.

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