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Mundo Auto - Eternizar um GT dos anos ‘60

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Nem todas as propostas revivalistas da indústria automóvel deste século se podem lisonjear de serem verdadeiros regressos ao passado.
Há as mais bem conseguidas, as que nos fazem viajar no tempo momentaneamente, para quatro ou cinco décadas atrás, apesar de integrarem uma panóplia tecnológica digna do imaginário de qualquer apaixonado pelas modernidades da coisa do automóvel. Outras, ficam-se pela intenção, não conseguindo cruzar o passado com as técnicas e equipamentos de ponta.

Ao virar do século, a Ford fez dois ensaios do modelo de corrida Ford GT40 que se perpetuou na década de 60, especialmente nas 24 de Le Mans, uma das mais peculiares provas de resistência ainda hoje, que venceu por quatro vezes consecutivas entre 1966 e 1969, precisamente em todas as que competiu. O modelo original foi criado por decisão de Henry Ford II como uma espécie de retaliação a Enzo Ferrari que tinha prometido vender a sua marca à Ford, tendo desistido à última hora a favor do Grupo Fiat, da família Agnelli.

Por uma questão de honra, o patrão da Ford empenhou-se em conseguir um carro de corrida que acabasse com o reinado da Ferrari na mais emblemática corrida de resistência europeia, Le Mans. No pista francesa a Ferrari triunfou na prova por oito vezes, entre 1957 e 1965.

A marca Norte-americana venceu as quatro corridas com outras tantas duplas, Bruce McLaren / Chris Amon; Dan Gurney / A.J. Foyt; Pedro Rodriguez / Lucien Bianchi e Jacky Ickx / Jackie Oliver. Até então, nenhuma outra marca americana tinha conseguido tremenda hegemonia num circuito europeu. O GT40 original que triunfou em 1966 está avaliado em mais de 8 milhões de dólares.
Os Norte-americanos não esquecem as suas glórias. Em 2005, a Ford ressuscitou o modelo GT40 com uma cópia quase fiel: Manteve o motor V8, mas com 5,4 litros de cilindrada e 550 cavalos com um extraordinário binário de 500 Nm. Foram produzidos 4.033 exemplares em ano e meio. Uma destas peças vale hoje 293 mil dólares, pelo menos a avaliar pelo exemplar que se encontrava recentemente à venda em Thomas Classícs, no Main, em Pittsburgh, na Pensilvânia.
Dez anos depois (2016) a marca mostra nova proposta de um protótipo do ‘GT40’ com a ideia de o produzir a partir de meados de 2017, numa edição de apenas 1000 unidades. Contudo, a Ford anuncia a produção de mais 350 exemplares que deverão estar concluídos até ao final do próximo ano ou início de 2021.
Jamal Hameedi, responsável pelo projecto, e o designer Graig Metros bem se podem vangloriar de missão cumprida: à beleza meio exuberante e única, juntaram a exclusividade das últimas conquistas da electrónica aos melhores materiais.
O GT é construído em carbono incluindo a célula de sobrevivência (no monocoque está presa a base dos bancos, que não se deslocam, antes são os elementos à sua volta que se movem, a exemplo os pedais e a direção), a marca conseguiu um verdadeiro carro de corrida com 1.385 quilos e com a novidade de ter optado pelo motor V6 EcoBoost de 3,5 litros bi-turbo, originário da pickup F-150 Raptor.
Mas apesar de ver diminuída a cilindrada relativamente ao modelo de 2005, a potência cresce de 550 para 647 cavalos e o binário é de 750 Nm.
Os números impressionam: dos 0 aos 100 Km/h são precisos apenas 3,1 segundos e a velocidade máxima ultrapassa os 347 km/h.
No entanto, a marca estadunidense capacitou o modelo para uma utilização mais convencional: encontramos um comando rotativo no volante, onde se pode selecionar os cinco modos de utilização da caixa sequencial de dupla embraiagem com 7 velocidades (Normal, Wet, Sport, Track e V-Max) que simultaneamente faz variar as diversas alturas ao solo - no modo Normal é de 12 cm, descendo para 7 cm no Track, podendo ficar com 5,7 cm à frente e 6,5 cm atrás.
Mas o novo GT acede a garagens e circula em pisos relativamente mais degradados, pois tem uma função que eleva a frente até 17 cm. A suspensão é push-rod nas 4 rodas com amortecedores eletrónicos, os travões são ventilados perfurados em carbono e cerâmica nas 4 rodas e as jantes de 20 polegadas também disponíveis em composto de carbono.
O novo GT tem um comprimento de 4,76 metros, altura variável entre 1,05 e os 1,11 metros e uma largura de 2,11 metros.
O preço nos países europeus, antes de impostos, é ligeiramente superior aos 500 mil euros, enquanto nos Estados Unidos é de 450.000 dólares.
Em 2017 assinalou-se o regresso às 24 Horas de Le Mans, tendo vencido a categoria GT e conseguindo ainda o 3º e 4º lugares.

Novo Mustang com signo Shelby
o Ford mais potente de sempre

Não deixar a concorrência fugir… Talvez sim, talvez não. Certo é que a Ford Performance (Ford Racing ou como foi conhecida na Europa, por Ford MotorSport) junta-se às últimas inovações dos primos Norte-americanos: ao recente Yenko Camaro Stage da SVE que modificou a versão ZL1, aumentando a cilindrada de 6,2 para 6,8 litros, obtendo uma potência de 1000 cavalos; ao Dodge Challenger, versão Demon, considerado, até ao momento, automóvel de produção mais rápido e cuja potência é de 852 cavalos.
Apresenta a última edição do Mustang Shelby GT500 limitando-se a anunciar que o V8 de 5,2 litros, agora sobrealimentado, “ultrapassa a potência de 700 cavalos”. E para que possamos perceber o que isso significa, a Ford comunica limites de 3,5 segundos para a aceleração 0-60 milhas por hora (dos 0-96,560 km/h) e a capacidade de percorrer os primeiros 400 metros em aproximadamente 10 segundos. A velocidade máxima é um enigma.
Esta versão do GT500 torna-se o Ford mais potente de sempre, ultrapassando mesmo o extraordinário Ford GT de 647 cavalos.
A transmissão automática TREMEC de sete velocidades que permite passagens em menos de 100 milissegundos e permite 5 modos de condução é porventura uma das suas singularidades. Da lista das melhores características ressalta o compressor de 2,65 litros, da marca Eaton, que se encontra colocado em posição invertida com o intuito de reduzir o centro de gravidade e garantir o arrefecimento do ar que vai para o motor com maior eficácia.
O Shelby GT500 consegue a maior aceleração lateral de sempre para o modelo Mustang fruto da revisão do chassis e da introdução da suspensão Magneride com amortecedores que possuem fluido magnético.
Das curiosidades sobressaem o sistema de travagem Brembo nas rodas dianteiras com discos carbocerâmicos de 420mm com pinças de 6 êmbolos; os novos pneus Michelin Pilot Sport Cup2 e entre os dois níveis de acabamentos disponíveis, um deles poder excluir os bancos traseiros.

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