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Laura Rodrigues - A primeira mulher a assumir a presidência da Câmara de Torres Vedras

Laura Rodrigues - A primeira mulher a assumir a presidência da Câmara de Torres Vedras

Foi a primeira mulher a assumir a presidência da Câmara Municipal de Torres Vedras numa situação muito complicada motivada pelo falecimento de Carlos Bernardes.
Concorreu às eleições seguintes e quando alguns lhe vaticinavam uma passagem efémera pela liderança do município vence com maioria absoluta.
Assume que continuou um projeto, no essencial,  mas que inevitavelmente lhe deu um toque pessoal, até por ser mulher e educadora, o que a faz ter uma prespetiva diferente dos problemas e soluções.
Conversámos com Laura Rodrigues e quisemos saber um pouco mais...



Festa - Como foi assumir a presidência do município. Foi uma escolha, era um objetivo de vida?
Laura Rodrigues - Não. Não era objetivo de vida nem estava nos meus planos.
Na altura era vereadora e estava como vice-presidente, o que estava previsto, e combinado, era o Carlos Bernardes recandidatar-se e manter-me na vereação. Aliás foi feita a apresentação disso mesmo e era essa a minha perspetiva para o mandato seguinte.

Festa - Entretanto tem lugar a fatalidade que todos conhecemos, com o falecimento de Carlos Bernardes, uma pessoa que a generalidade das pessoas gostava. Foi fácil passar a presidente nessas circunstâncias?
Laura Rodrigues - Foi uma coisa que teve que ser. Foi evidentemente difícil, até porque ninguém esperava que tal situação viesse a acontecer e Carlos Bernardes era uma daquelas pessoas ‘insubstituíveis’, pela sua forma de estar, pelo seu gosto pela causa pública. O Carlos tinha um gosto muito grande em ser presidente de Câmara, o serviço público era a sua paixão, foi portanto uma situação muito difícil para mim, numa altura em que todas as pessoas estavam muito pesarosas, por aquilo que aconteceu e da forma como aconteceu, foi complicado convencer as pessoas de que teríamos que ir em frente e teríamos que continuar a trabalhar…

Festa - Laura assume a presidência e levantou-se outro problema. Depois de tudo o que aconteceu, com a Câmara entregue a uma mulher, era voz corrente por essa altura de que ‘desta vez é que vão perder’, não vai correr bem. Concorda que foi assim que foi encarada a situação na altura?
Laura Rodrigues - Era… para algumas pessoas sim, mesmo para algumas relativamente próximas sei que foi encarado dessa forma, que disseram mesmo que ‘pronto, agora com uma mulher, desta vez é que o PS vai perder as eleições’.

Festa - O PS perderia as eleições por se tratar de uma mulher ou por eventualmente não ter projetos para o concelho?
Laura Rodrigues - Claro que havia e continuaram a haver projetos.
A realidade é que aqui, e mesmo a nível nacional, existia a ideia de que um presidente de Câmara exige competências que as mulheres não têm e que estas em princípio não abraçam. Uma das coisas que perguntavam era ‘então agora quem é que vai às obras… quem vê as obras’, como se uma mulher não pudesse ir ver as obras e ter opinião sobre aquilo que se estava a fazer, ou sobre os projetos que são apresentados para as obras que eventualmente irão ser feitas. Essa era a voz corrente que mais se fazia ouvir, que apontava as mulheres mais para as coisas sociais, para a educação, para a cultura, em especial opiniões vindas de alguns homens, que não entendiam quem acompanharia as obras, as estradas e assim… como se não existissem técnicos que são verdadeiramente os responsáveis por todo o trabalho que é de natureza técnica em todos os projetos...

Festa - Uns meses depois, acaba por ir a eleições e, com todos esses ‘condicionalismos’, consegue obter maioria absoluta. Qual foi o sentimento?
Laura Rodrigues - Foi de grande satisfação. Por um lado por ser mulher e ir contra tudo aquilo que havia sido dito anteriormente nesse aspeto, ou seja, ia contra todas aquelas opiniões dos ‘velhos do Restelo’, depois por ser a primeira mulher a assumir este cargo aqui, no nosso município.
Foi muito importante para mim e penso que continua a ser um exemplo para as mulheres mais novas, e mesmo para as meninas, porque, ao longo do mandato foi completamente notório que fazia diferença, pois passaram a perceber que, na realidade, uma mulher tem todas as condições e competências para ocupar esse tal cargo que, segundo alguns, estaria destinado unicamente a um homem. Em especial para elas foi importante perceberem que ‘afinal é possível’ e pode correr bem.

Festa - As políticas continuaram as mesmas mas a visão passou a ser diferente. Mudou alguma coisa para o concelho de Torres Vedras?
Laura Rodrigues - Ao longo deste mandato não tivemos coisas que fossem impactantes ou muito significativas, porque assumimos que havia um legado e um trabalho de continuidade que deveria continuar a ser feito, o que não quer dizer que não haveria projetos a acrescentar a todos aqueles que já vinham de trás.
Por exemplo, na educação o investimento foi efetivamente muito significativo no que é visível, mas no invisível também. Escolas com uma conceção diferente, em termos do espaço e daquilo que pode ser o seu funcionamento, com muito projetos dentro das próprias escolas, dentro dos Agrupamentos, para que as práticas pedagógicas sejam diferenciadoras, mais adaptadas ao que a sociedade pede hoje aos seus alunos, aos seus cidadãos, e também para tornar as crianças mais felizes.

Festa - Isso tem alguma coisa a ver com o facto de Laura Rodrigues ter vindo da área da educação?
Laura Rodrigues - Sim, sem dúvida alguma. Por outro lado, o facto de já ter alguma maturidade em termos de vida, pois acabamos por olhar para as coisas não de uma forma imediata mas em termos de futuro. O facto de ter sido professora levou-me, ainda, a perceber a importância que os professores tem na vida futura dos alunos, entender aquilo que impactamos para que eles venham a ser cidadãos de uma forma ou de outra, porque a forma como lidamos com eles faz com que venham a ser cidadãos com determinado tipo de características.

Festa - Para além da educação, quais foram as outras áreas onde se sentiu mais realizada. Onde sentiu que ‘isto correu bem’?
Laura Rodrigues - Na área cultural, de uma forma geral. Diversificámos imenso aquilo que era o nosso trabalho nas áreas culturais, descentralizámos e trouxemos as comunidades das nossas freguesias à cidade. As coisas estavam demasiado centradas em Torres e era uma necessidade trazer o que se faz pelas nossas freguesias até à cidade e, durante este mandato, temos feito isso com muita regularidade.

Festa - Mas em outras áreas, todos vemos a oposição com uns cartazes enormes afirmando que, por exemplo, em termos de habitação, a autarquia perdeu imensas oportunidades e apoios existentes. Isso corresponde à verdade?
Laura Rodrigues - Claro que não. Na realidade, quem está pelo lado de fora, e é sempre ‘do contra’, o que tenta é empolar e enfatizar situações que na realidade não são verdadeiras. Da nossa parte houve até um empenho muito significativo para que, em termos habitacionais, pudesse haver quem fizesse investimento, em conjunto com o município, para que se pudesse concretizar uma série de ‘fogos’ no nosso território. Infelizmente esses consórcios não são fáceis de estabelecer. Haver disponibilidade da nossa parte sempre existiu mas é necessário, depois, haver quem vá executar as obras, para se aproveitar dinheiros que existiam para ser colocados à disposição para que essas obras pudessem ser feitas. Na realidade colocámos essas construções a concurso mas não apareceu ninguém interessado em construir.

Festa - Porque não concorreu ninguém. Existe alguma razão para isso?
Laura Rodrigues - Os construtores estão todos, nesta altura, com imenso trabalho e os valores a que as obras públicas, ou aquelas enquadradas no PRR, em termos habitacionais têm preços base atualmente abaixo dos preços que são valores de mercado. Ou seja, se uma empresa estiver a construir aqui, na nossa região, vende ao público a valores bastante acima daqueles que são oferecidos como indicativos nos valores estabelecidos para os financiamentos públicos.
Esta questão habitacional não é uma questão fácil, nem aqui, em Torres Vedras, nem em qualquer outro local, porque, na realidade, há um desfasamento enorme entre os preços de mercado praticados e o que é o nível médio de rendimentos da nossa população. Sabemos que há extratos da população com enormes dificuldades em aceder à habitação. Tem que haver, a nível nacional, condições que sejam verdadeiramente incentivadoras para que, quem está na área, e os municípios, possam efetivamente fazer construção de habitação, a preços que compensem quem vai construir, ou seja, aqueles que necessitamos para trabalhar connosco. Só com incentivos e legislação específica se consegue que quem possa fazer parcerias com os municípios coloque habitações a valores significativamente mais baixos que os valores reais de mercado existentes para determinado tipo de cidadãos.
Para além disso, colocámos também a concurso, para as nossas freguesias do interior, a eventual compra de casas que, depois da sua aquisição e remodelação, pudessem ser postas no mercado pelo município. Não obtivemos qualquer manifestação de interesse por parte de quem tem essas casas espalhadas um pouco pelas diversas freguesias.

Festa - Falou de Governo e recordado-nos de que, quer com este quer com o anterior, Laura Rodrigues tem-se manifestado sempre pela melhoria das condições de saúde oferecidas. Qual a sua posição e eventual situação referente a/ao novo hospital?
Laura Rodrigues - Concordo perfeitamente com a situação de haver um hospital de ‘fim de linha’, que tenha todas as especialidades e permita que as pessoas sejam tratadas nesse hospital e não haja necessidade de essas pessoas irem para Lisboa ou até Leiria.
Quanto à sua localização (Bombarral, Torres Vedras ou Caldas da Rainha) deve ser construído num local que seja equidistante e permita servir todos. Não estamos em tempos de poder fazer um ‘hospitalzinho’ em cada concelho, sabemos que a vida hoje não é assim, não temos médicos para isso, não há estruturas nem se vão fazer investimentos em pequenas unidades em cada um dos locais que todos gostariam fosse ao lado da sua casa.
É verdade que em Torres Vedras, Caldas da Rainha e Peniche, tem que existir uma pequena unidade que permita às pessoas aceder com uma urgência imediata, mas para responder a coisas mais ligeiras, agora essa unidade, em muito semelhante às que atualmente existem, embora modernizadas, não devem ser “O Hospital”.

Festa - Existe noção do ponto atual da situação?
Laura Rodrigues - É verdade que foram orçamentados cerca de 300ME no orçamento de estado para o novo Hospital do Oeste, mas, entretanto, perdeu-se bastante a sequência que parecia estar a ser criada, porque a sra ministra nunca assumiu, nem fez qualquer despacho, no sentido de que o hospital iria ser construído naquele local que havia sido indicado pelo anterior ministro Manuel Pizarro, que anunciou publicamente o Bombarral mas que também não emitiu o despacho nesse sentido. O que acontece é que, devido a algumas pressões, a ministra voltou a criar uma Comissão para estudar a implantação do novo hospital em vez de avançar com os procedimentos necessários à sua construção. Continuamos numa situação de ter que ‘aguardar as cenas dos próximos capítulos’, pois, ao contrário do que parecia, nada está ainda decidido.

Festa - Laura Rodrigues é ‘uma mulher de Santa Cruz’. Para quando a prometida estrada de ligação à zona balnear?
Laura Rodrigues - Dentro dos próximos dias teremos o início da primeira fase da obra, entre a Estrada Nacional 8 e o fim das Palhagueiras.
Já teve lugar o concurso para a construção da estrada, concorreram nove empresas, sete estavam validadas para o efeito e já existe empresa selecionada. Nesta altura estamos a tratar de todos ot trâmites legais necessários e essa empresa a tratar de toda a sua parte, para que a obra possa ser iniciada muito em breve. A segunda fase, gostaríamos de lançar concurso ainda dentro deste mandato. Vamos ver se é possível, pois trata-se de um projeto para o qual não existe qualquer financiamento e que terá de ser feito ‘às custas’ do município.
Esta primeira fase tem 300 dias de obra, para que consiga estar concluída dentro dos prazos do PRR e a seguinte deverá avançar de seguida.

Festa - As pessoas das aldeias do concelho queixam-se de que existem poucos transportes públicos a servi-las. Algum tempo atrás, alguém sugeria transpor-tes mais pequenos e a pedido, isso faz algum sentido?
Laura Rodrigues -Faz. Para algumas aldeias do nosso concelho faz todo o sentido.
Aliás, embora de uma forma informal, já existe um ensaio experimental em Carvoeira Carmões e Dois Portos através de uma carrinha do “Orçamento Participativo”.
Há zonas onde percebemos que o transporte público regular vai a uma aldeia para trazer uma pessoa à segunda e à quarta, por exemplo, e nos outros dias não existem pessoas para transportar, daí o transporte ‘a pedido’ fazer todo o sentido.
Para além disso, é verdade que existe um ainda um 'déficit' por parte das transportadoras que servem o concelho, de linhas ou horários que devem ser reforçados, porque existem algumas zonas do concelho que não estão bem cobertas e que o deveriam estar com carreira normal.

Festa - Quer dizer que, eventualmente já não neste mandato, o transporte ‘a pedido’ é mesmo para avançar?
Laura Rodrigues - Sim, sim. Neste momento a Comunidade Intermunicipal do Oeste já está a tratar disso mesmo para todos os municípios, porque é ela que tem autoridade em termos de transportes.

Festa - Por falar em Comunidade Intermunicipal, foi criado um passe regional e inter-regional. Está a correr bem?
Laura Rodrigues - Nos primeiros dias teve que haver uma adaptação e existiu alguma confusão, porque se tratava de uma coisa nova. Em pouco tempo se percebeu que funciona muito bem, o que acaba por criar um problema bom, o incremento de passageiros que em algumas linhas é mesmo significativamente grande, o que leva a que as empresas de transportes tenham que reforçar o número de viaturas disponíveis, pelo menos em alguns percursos e alguns horários, porque as pessoas passaram a utilizar o transporte público. Quer os mais jovens que os menos jovens perceberam que podem ir a qualquer lado de forma gratuita, pois se tiverem pelo menos dez ‘picagens’ no passe não pagam absolutamente nada. Portanto, em vez de estar em casa podem ir passear a qualquer lugar de que gostem sem qualquer custo.
Para as deslocações inter-regionais, como por exemplo para Lisboa, são quarenta euros, ou seja um valor bastante reduzido, se pensarmos nos valores que os operadores já praticavam quando se iniciou esta medida.

Festa - Outra área que nos últimos tempos tem dado nas vistas é a desportiva. Com meninas a vencer a Taça de Portugal, com meninos a ser campeões nacionais da ‘revelação’, com escolas a ser campeãs no voleibol, com ténis de mesa, ginástica, bilhar ou até Jiu-Jitsu a conseguir resultados fantásticos.Como está o município a acompanhar tudo isso?
Laura Rodrigues - Aquilo que verificamos é que o investimento que tem sido feito ao longo, pelo menos, desta última década, tem sido verdadeiramente reprodutivo e efetivamente tem permitido a que nas próprias comunidades, nos próprios clubes, comece a haver ‘massa crítica’  e cada vez mais consigam sugestionar os mais jovens a praticar as mais diversas modalidades com alguma qualidade.
Pela nossa parte tentamos apoiar ao máximo, tendo no passado ano representado cerca de meio milhão de euros do nosso orçamento, esse apoio à formação dos nossos clubes, abrangendo quase três mil e quinhentos atletas, mas sentimos que é um investimento que tem valido muito a pena. Acabam por surgir atletas que porventura de outra forma não praticariam as modalidades, que são desenvolvidos e que depois partem para outros locais. A ginástica é um exemplo notório, o ténis de mesa, o bilhar que quase não tinha praticantes, o voleibol que é um exemplo perfeitamente significativo, especialmente com a Madeira Torres e o seu corpo de professores muito dedicados que conseguiram motivar as miúdas, agora também os rapazes, e já conseguiram pegar o bichinho do voleibol a outras escolas e até clubes…

Festa - No desporto profissional, que é aquele que ‘dá mais nas vistas’, em especial o SCU Torreense que caso suba à primeira Liga deixa de poder jogar em Torres Vedras. Também representa uma preocupação especial para o município a reconversão do Estádio Manuel Marques ou a construção de um novo estádio?
Laura Rodrigues - Aquilo que gostaríamos de ter era capacidade para fazer investimentos em espaços que são verdadeiramente municipais, e sabemos que o Estádio Manuel Marques só existe hoje porque a Câmara, quando o espaço foi ‘à praça’, o comprou. Convém não esquecer esse pormenor, pois se não fosse isso possivelmente o estádio hoje já nem existiria. Gostaríamos muito de poder investir, assim como investimos, cerca de setecentos e cinquenta mil euros, para que fossem construídos os campos de apoio, do lado de lá do rio, destinados à formação. Temos alguns compromissos a dirimir ainda como o SCUT, relativamente a apoios que são possíveis e fazem sentido. Agora, dificilmente poderemos investir num novo estádio, com relva natural, porque não existe qualquer tipo de financiamento para que isso possa ser feito, ou para coisas que tenham a ver com desporto, neste momento.

Festa - E os dinheiros da Câmara têm que andar num ponto de equilíbrio?...
Laura Rodrigues - Sim, claro. Vamos apoiando o Torreense nos projetos a que este se candidata, apoios ao desporto, tal qual como para qualquer outro clube do concelho - Física, Sporting Torres, todos - que fazem as candidaturas referentes à formação e todos os anos têm apoios na ajuda a esse mesmo funcionamento.
Atualmente temos ainda um acordo também no apoio à manutenção e funcionamento do Museu do Torreense, pois o clube referiu-nos que estava com alguma dificuldade na manutenção do mesmo e achamos que era importante, pois trata-se da história do SCUT e um pouco também do desporto no nosso concelho…

Festa - Fala-se muito de piscinas municipais e de um pavilhão para Torres Vedras. Algum destes equipamentos fazem sentido?
Laura Rodrigues - Fazem. Especialmente o pavilhão, na nossa ótica, faz todo o sentido e já temos uma empresa a desenvolver uma primeira abordagem relativamente a dois locais, tentando perceber onde realmente é possível implantar o mesmo.
Quanto às piscinas, temos deixado a ideia mais de lado, porque se trata de investimentos muito grande e com manutenções igualmente muito significativas. Depois, construíamos piscinas municipais mas ficávamos com associações altamente prejudicadas com isso, com é o caso de A-dos-Cunhados e da AE Física, a quem contratamos todas as atividades relacionadas com a natação, tratando-se de bastante dinheiro, que representa um peso importante no orçamento da associação, que permite a manutenção das suas piscinas e eventualmente ainda acaba por apoiar outras modalidades. Por isso entendemos não ser tão prioritário neste momento a tal construção de piscinas municipais.

Festa - Muita coisa foi feita, é uma realidade, mas, caso Laura Rodrigues volte a ser eleita, que ambições tem para o futuro, que gostaria ainda de deixar feito?
Laura Rodrigues - Investimentos na área da saúde são primordiais.
Por um lado dar continuidade ao projeto, que já está em marcha, do Campus de Saúde, no Barro, com a Faculdade de Medicina de Lisboa. Sabemos que não fica pronto em um ou dois anos, mas é um projeto que está a avançar. Esse fará toda a diferença para o nosso concelho, com atração de gente especializada para investigação médica de carácter nacional e internacional, o que significará que mais pessoas passarão a conhecer o nosso território, mais pessoas a viver no nosso concelho, mais turismo e notoriedade para Torres Vedras, em termos nacionais e internacionais. Depois, com a criação de mais uma uma Unidade de Saúde com capacidade para 10.000 utentes ainda nos ajudará a solucionar o enorme problema com médicos de família que atualmente se verifica.
Também o projeto com o IPL, nos antigos SMAS, estará preparado para receber duzentos e poucos alunos já em 2026/27, com licenciaturas nas áreas da estética médica, das bio-engenharias, ou até enfermagem, embora nesta área o IPL ainda se encontre a estudar o caso de eventual confronto com outras escolas do Instituto que já têm essa licenciatura. Trata-se de outro projeto de importância significativa para a nossa região, este já em fase de construção de instalações.

Festa - A área da saúde muito em foco?
Laura Rodrigues - Claro que sim, mas queremos ainda, a manter-se a intenção manifestada pelo último governo, tentar avançar, com as estruturas privadas que existem aqui no nosso concelho, para Unidades de Saúde Modelo C que possam com brevidade cobrir as necessidades relacionadas com os trinta a quarenta mil utentes que atualmente não têm médico de família.
Por isso, para mim, primeiro que mais nada as questões da saúde são uma prioridade. Temos sido muito mal tratados, aqui no Oeste, relativamente às questões da saúde. Há zonas do país onde há imensos médicos, onde foram feitos imensos investimentos, mas aqui, no Oeste isso nunca aconteceu, houve sempre um desviar o olhar da nossa região.

Festa - Isso deve-se à relativa proximidade a Lisboa?
Laura Rodrigues - É muito próximo, é uma realidade, mas também daqui não têm saído muitos governantes, um outro factor que muitas vezes efetivamente importa… é o peso que depois se tem, ou não se tem, na tomada de decisões relativamente a algumas áreas e a alguns locais.

Festa - Já tem equipa formada para concorrer às próximas Autárquicas, claro. Que tipo de equipa é?
Laura Rodrigues - Os candidatos serão apresentados entre esta nossa conversa e a saída da revista. Esperamos sempre que seja uma equipa ainda mais forte e que cubra algumas situações que eventualmente pensámos ser importantes em termos de trabalho e de eficácia.
Vão existir algumas alterações, quer na equipa da Câmara quer nas Freguesias, onde vamos ter algumas mulheres eventualmente na liderança de algumas das freguesias do concelho, assim os eleitores lhes demonstrem a sua confiança…


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