Embora procuremos dar continuidade ao trabalho até agora desenvolvido, como é evidente temos também algumas idéias novas, em especial no sentido de melhorar algumas coisas que julgamos ser possível alterar, muito em especial na ligação aos nossos sócios e na forma de desenvolvimento da própria Adega.
As idéias novas passam também por querer valorizar mais os nossos vinhos, aumentando a percentagem que representam os “engarrafados” no total da nossa produção, pois embora tenhamos condições muito boas, vinhos muito bons, a venda de vinho engarrafado representa ainda um valor quase residual face à produção global.
A venda “a granel” sempre foi muito importante para nós, e vai continuar a ser, mas com a qualidade reconhecida dos vinhos que produzimos não faz sentido não aumentarmos significativamente a oferta “em garrafa” face à procura que efetivamente existe, particularmete com o “Alma Vitis” e com o “Arieno”.
Sabemos que não é fácil ganhar quotas nesse mercado mas também não assumimos a liderança esperando que tudo fosse fácil. A nossa determinação passa por ganhar relevo também nas “prateleiras”, já que no “grosso” temos alguma liderança.
FESTA - O “Alma Vitis” tem sido distinguido em diversos concursos internacionais por júris de referência?
ADEGA - É verdade, essa é uma realidade. Então o nosso monocasta, o “Alma Vitis” reserva Cabernet Sauvignon, embora tenha sido lançado há relativamente pouco tempo, tem sido referenciado como um vinho distintivo de elevada qualidade e premiado consecutivamente, tornando-se um dos nossos vinhos de referência em que vamos continuar a apostar.
FESTA - A aposta em novas ofertas vai continuar?
ADEGA - É essa a nossa intenção, até pela forma como os nossos vinhos estão a ser acolhidos. Não podemos adiantar demasiado neste momento, mas sempre avançamos que estamos a preparar um “Alma Vitis” reserva especial ou superior que julgamos poder tornar-se muito rapidamente um vinho de referência.
FESTA - Para atingir que mercados?
ADEGA - Embora não seja uma quantidade significativa de garrafas, como se pretende, vai ser um vinho que procura-se que seja para ocasiões especiais, um “vinho de cerimónia”, que se destaque dos outros vinhos que oferecemos presentemente ao público, destinado a apreciadores de um bom vinho de gama média-alta.
FESTA - Esse vinho vai ser “feito” por quem. Pela vossa atual equipa?
ADEGA - Primeiramente tudo passa pelo nosso Gabinete Técnico, que prepara com os associados as condições para se conseguir as uvas e as castas adequadas ao vinho que se pretende fazer. Depois, a responsabilidade passa para a equipa de enologia, para o Eng António Ventura, o nosso enólogo principal, e para os Engs João Palmeira e João Rodrigues, que são responsáveis pelo equilíbrio e qualidade dos vinhos que produzimos.
FESTA - Este vai ser um bom ano de vinho?
ADEGA - Prevemos que seja uma ano razoável, mas ainda estamos dependentes, nesta altura do ano, das condições climatéricas que se venham a verificar.