As birras são, muitas vezes, temidas pelos pais que, nos lugares mais inadequados, se sentem pressionados a resolver a situação na presença estranhos e de olhares alheios. Até mesmo na privacidade de casa, as birras conseguem colocar à prova as competências parentais.
O que fazer, então?
Quando o comportamento da criança começa a ficar fora do controlo é importante e necessário que os pais intervenham e recuperem o equilíbrio da situação. Enquanto adultos, os pais precisam de tentar manter-se calmos, com a cabeça no lugar, e não ficarem com raiva do filho(a). Perderem igualmente o controlo só irá intensificar o comportamento e dar aso a um acesso de raiva por parte da criança. Associar comportamentos como gritar ou constranger a criança em público, apenas contribuirá para reforçar o comportamento com o qual não quer lidar no futuro.
Permanecer calmo é fundamental quando se lida com uma birra. Quando possível, o melhor é ignorar o acto dado que muitas vezes, um acesso de raiva persiste quando há um público. Tentar argumentar com a criança no meio de uma birra é ineficaz: Muitas vezes, têm as emoções tão à flor da pele que não ouvem nem estão atentos àquilo que lhe estão a dizer. Argumentar durante esta fase e pedir justificações só lhes vai causar mais frustração. Uma vez que o acesso de raiva passa, a criança necessita de conforto e apoio: Ao conversar com tranquilidade vai mostrar que se importa e vai permitir não só compreender a reacção e sentimentos da criança, como também orientá-la para comportamentos mais positivos.
Apesar dos esforços de qualquer pai, nalguma circunstância a criança vai quebrar as regras. Existem algumas dicas que podem ajudar os pais a incentivarem a criança a cooperar:
As consequências do comportamento da criança devem ser naturais e lógicas, permitindo que esta perceba que as suas acções têm consequências (Ex.: Se atirou o boneco para o chão e o partiu, então não o tem mais para brincar). A retenção de privilégios também costuma ajudar, retirando à criança o brinquedo preferido ou o acesso à televisão durante um determinado período de tempo quando esta teve um comportamento inadequado (nunca negamos algo de que a criança necessita, como é o caso de uma refeição). Por vezes, quando a criança começa a dar indícios de uma birra, é importante avisá-la: Se o comportamento persistir, podemos orientá-la para um lugar calmo e sem distracções até que a criança se acalme. Posteriormente, podemos orientá-la para uma actividade mais positiva. Acima de tudo, devemos dar o bom exemplo: As crianças aprendem formas de agir observando os pais e os adultos que os rodeiam, por isso a melhorar forma de lhes mostrar como se devem comportar é dando um exemplo positivo que possam seguir.
Por fim, mas não menos importante, existem cuidados a ter quando se critica a criança. A crítica não deve ser dirigida à criança em si ("és mau"; "és feio"), mas sim ao comportamento ("não deves correr na rua, é perigoso"). Associar o mau comportamento como um modo normal da criança ser só vai reforça a conduta que pretendemos evitar.
Precisa de ajuda?
Um psicólogo pode ajudar...